quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Dia Mundial Sem Carro 2009





Na manhã de 22 de setembro, Dia Mundial Sem Carro, a cidade ganhou alguns lembretes, na 23 de Maio, na Avenida Sumaré, todos alertando que SIM, é possível mudar!

Acompanhando os telejornais e as notícias via internet senti que tinha algo errado. Todas as manchetes apontavam: NO DIA MUNDIAL SEM CARRO, TRÂNSITO NÃO MELHORA.
Lendo estas palavras várias vezes fui concluindo o que estava acontecendo: as pessoas achavam que no dia mundial sem carro não teríamos trânsito, mesmo que todos continuassem usando carros!!!! A solução para todos os problemas de mobilidade então seria decretar uma data especial, entrar no carro e esperar que num piscar de olhos a cidade estivesse diferente! E pasmem! Não estava!!!

O Dia Mundial Sem Carro é uma data de convite a reflexão e experimentação. É um marco pra reunirmos forças e ações para conscientização do uso irracional dos carros, desta "carrodependência" que acompanhamos diariamente e que torna a vida de todos na cidade tão pior, com congestionamentos, poluição do ar, sonora, visual, mais stress, menos convivência...

Ali, dentro dos carros, cada um se sente mais protegido do mundo lá fora. Se algo na rua me incomoda, basta levantar o vidro, pronto! Com meus vidros escuros então, ninguém me vê aqui dentro!

Será que é melhor assim?
Precisa ser desta forma?
É isso que nós queremos de nossas vidas?
Não há realmente nada lá fora de interessante?
Nada a observar?
Ninguém que mereça o meu simples bom dia ou um sorriso?

O Dia Mundial Sem Carro não é salvação para o trânsito! É a oportunidade, a deixa, pra experimentar fazer diferente!

Muita gente se defende dizendo que: um dia só não vai fazer diferença.


Se for pra fazer como Gilberto Kassab que vai de ônibus 1 vez por ano, realmente a diferença vai ser pequena, embora simbólica, já é 1 carro a menos naquele dia...

Mas se você buscar alternativas e se abrir a idéia, encarando aquele dia como um dia pra fazer algo diferente, talvez possa mudar a sua vida para sempre...


Vejo muitos relatos de pessoas que decidiram num dia sem carro experimentar o metrô e descobriram que é bem mais agradável usa-lo e realmente incoporaram a mudança. Ou foram a pé naquele dia, ou de bicicleta e descobriram que ali naquela rua do lado tem uma padaria super legal "e eu passava todo dia de carro ali e nunca reparei!". E aquelas pessoas que descobrem que seu colega de trabalho é também seu vizinho e acabam incorporando a carona no dia-a-dia para o trabalho.

É uma data simbólica, um lembrete, uma tentativa de abrir os olhos a outras alternativas. ALTERNATIVAS! E temos muitas! Basta se abrir a elas! Sem medo de ser feliz!

E se você não pôde fazer a sua parte na terça-feira deixando o carro em casa, saiba que você pode começar já, não precisa esperar mais um ano! Experimente! Ao menos tente!

Novamente tivemos as vagas-vivas pela cidade, resgatando espaço público:




Tivemos, é claro, a Bicicletada do Dia Mundial Sem Carro. E foi linda! Pedalamos pela cidade tentando humaniza-la, nos locomovendo em veículos movidos a arroz com feijão, mostrando que é possível buscar alternativas, é possível melhorar a vida de todos na metrópole.



Eco-táxi



Viva a bike!



Mobilidade com graça e elegância



Silêncio ao passar pelos hospitais




E uma intervenção na praça.



Fotor por Camila, Gabriela Kato e Laura Sobenes

E aqui um pouquinho do que foi essa noite linda num vídeo da Gabi Kato:


terça-feira, 22 de setembro de 2009

Bicicletada Extra SP - 18/09/2009 - VagaViva - Use Bike Porto Seguro

Sexta-feira foi um dia bem ciclístico. Sai de casa na hora do almoço, de carro, com destino a estação Barra Funda. De lá, peguei o metrô com destino a Sé onde tinha um compromisso. Dizer que o trecho de carro foi cansativo e lento é repetição, mas é verdade.

Às 3 da tarde estava liberada para seguir minha agenda de bike, como estava numa região com diversas opções de bicicletários Porto Seguro, decidi finalmente estrear uma bicicleta alugada lá. Segui até a estação Anhangabaú, fiz meu cadastro, peguei a bike e instruções de como chegar à Rua Augusta, minha rota para chegar na Paulista.

Descobri que antes de ser Rua Augusta, ela se chama Martins Fontes, e que é bem pertinho do Anhangabaú.

Subi tranquilamente e uma tempestade ameaçava desabar dos céus naquela tarde, felizmente não aconteceu.
Quando achei que estava no meio do caminho, eu já enxergava os prédios da Paulista. (já? como assim? tá tão gostoso pedalando..)

Dei uma passada na Praça do Ciclista, só pra ter o gostinho de ser a primeira a chegar uma vez na vida, e também pra ver com meus próprios olhos as novas placas. Sim, é verdade,elas estão lá ;)

Da praça fui conferir a Vaga-Viva da Rua João Manoel. Mas o que seria uma Vaga-Viva? É uma ação atrelada ao Dia Mundial Sem Carro que consiste em transformar uma vaga de estacionamento em espaço de convivência, devolvendo à cidade aquele espaço público outrora privatizado pelo dono do veículo.


Galera aproveitado o espaço público

Quando cheguei já tinha uma galera de bike, reconheci um rosto e fui lá, pondo a cara de pau pra funcionar denovo: Sussa, é você? rs... Conheci pessoalmente o João Lacerda, com quem já tinha trocado diversos e-mails sobre dahons e paraciclos. Ganhei adesivo do Transporte Ativo também. Aos poucos os nomes dos e-mails da lista foram ganhando rostos: BikeUrbanity, Silas, "El Bigodon" e com certeza mais gente que agora não lembro pois eram muitos, mas logo a gente decora...
De lá, o combinado era seguir até a Ghost Bike da Márcia para uma manutenção. Levei tinta e pincel mas nem foi necessário, dada  a quantidade de material e voluntários.




Após arrumar o memorial, rumamos para a praça, batemos papo, reencontramos os amigos e fomos ocupar as vias com nossas bikes. Demos uma volta básica na Paulista e seguimos para a Vila Madalena onde a galera queria colar uns cartazes de divulgação da bicicletada do Dia Mundial Sem Carro.




Pausa na praça Benedito Calixto para consertar um pneu furado. Thiago me liga pra saber onde estamos e após passar as coordenadas pergunto onde ele está, apreensiva achando que quem saiu da Tiradentes a pouco tempo não chegaria antes do término do pit stop da bike. Mas o biker ninja já estava descendo a Cardeal e logo chegou. Oba! Companhia de pedal que há muito não via! Bate papo motivador pra enfrentar a subida da Bela Cintra, onde a minha mega bolsa com roupas e até salto alto estava tirando meu equilíbrio.

Nem chegamos até a praça, fomos direto devolver a bike antes que ela virasse abóbora, pois já passava das 22:00, horário de fechamento dos bicicletários. Consegui devolve-la no Estapar Conjunto Nacional, onde já estão acostumados a receber a bike mais tarde. Aliás, este horário deveria ser ampliado, já pensou quantos estudantes, por exemplo, poderim usufruir da bike pra ir numa boa pra facu?

Tenho que dizer que gostei bastante da bike da Porto, ela é bem melhor que a minha bike do dia-a-dia, com suspensão, componentes Shimano, trocador de marchas rapid alguma coisa.. Aliás, minha bike é bem simples, mas me leva pra onde eu quiser e por isso tenho uma relação de afeto com ela, que mudou a minha vida.

Fim de bicicletada, hora de voltar pra casa feliz, sabendo que logo logo tem mais!




Quando eu criei este blog, nem imaginava que tinha tanto assunto! Fico doida para atualiza-lo sempre mas os próprios eventos ciclísticos acabam de tirando da frente do computador..

Vamos lá, tenho que postar aqui o resultado do Desafio Intermodal que rolou quinta-feira passada em São Paulo:

CHEGADA MODAL TEMPO EM MIN


1º CICLISTA EM BIKE SEM MARCHA 22,33

2º MOTOCICLISTA COMUM 25

3º CICLISTA PROFISSIONAL 25,3

4º HELICÓPTERO 33,5

5º CICLISTA EXPERIENTE POR VIAS RÁPIDAS 37

6º CICLISTA EXPERIENTE POR VIAS LOCAIS 38,2

7º MOTOCICLISTA PROFISSIONAL 42,28

8º CICLISTA INICIANTE POR VIAS LOCAIS 66

9º PEDESTRE CORRENDO 66,3

10º CICLISTA COM BIKE DOBRÁVEL + ÔNIBUS 68

11º ÔNIBUS 71,2

12º CARRO 82

13º TREM +METRÔ 84

14º TREM +ÔNIBUS 89

15º PEDESTRE CAMINHANDO 92

16º TREM+ORCA+METRÔ 99

17º CADEIRANTE + TREM + ÔNIBUS 108

18º ÔNIBUS + METRO 109




Um resultado destes merece reflexão... o pedestre caminhando chegou apenas 10 minutos depois do carro... Diversos modais chegaram antes do carro... (muitas reticências..)
O ciclista chegou primeiro como em todos os demais anos do desafio. (este foi o quarto)
 
(depois eu coloco as fotos aqui, não estou achando, hehe)
 

domingo, 20 de setembro de 2009

Convite Seminário Mobilidade Sustentável em Osasco 21/09


Amanhã estarei lá, é importante quem puder comparecer ir conferir as intenções da prefeitura quanto à mobilidade sustentável.
O evento marcará o lançamento do grupo NEMoS (Núcleo Estratégico de Mobilidade Sustentável) onde haverá um subnúcleo transporte não-motorizado (a pé e de bicicleta).
Imperdível!




quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Adivinha quem chegou primeiro no desafio intermodal...

A bike, claro, você ainda tinha dúvida???
O helicóptero chegou em quarto, atrás do motociclista e do bike courrier...
E o carro... bem, o carro uma hora vai chegar...

Desafio intermodal 2009 -São Paulo

Hoje na cidade de São Paulo acontece o 4º Desafio Intermodal, um iniciativa de cicloativistas da cidade que visa comparar a eficiência de diversos modais de transporte.
Voluntários sairão hoje às 18:00 hs da Praça General Gentil Falcão, altura do número 1.000 da Berrini, com destino a sede da Prefeitura, no Viaduto do Chá. Seus tempos serão cronometrados e saberemos na prática, qual o modal mais rápido.
Mas o desafio não para por aí.
O intuito é analisar qual o mais eficiente, levando em consideração além do tempo, o custo financeiro e as emissões de CO2.
Diversas novidades nos modais deste ano:
Pedestre caminhando


Pedestre correndo


Bike Courrier – Ciclista de entregas rápidas


Ciclista iniciante por vias alternativas


Ciclista experiente por vias alternativas


Ciclista experiente por avenidas


Ciclista bici dobrável integrando com Ônibus


Ciclista de fixa


Motoboy


Motociclista comum


Motorista


Ônibus


Trem + Metrô 


Trem + Ônibus


Ônibus + Metrô


Trem + Ponte orca + Metrô


Cadeirante de transporte público + ônibus


Helicóptero




No site do CICLOBR você acompanha detalhes do desafio e os resultados em tempo real num infográfico.
Façam suas apostas e surpreendam-se (ou não, rs..) com o resultado!

Vale lembrar que além do tempo, temos que avaliar qual a melhor alternativa, levando em consideração o impacto para o meio ambiente ao optarmos por uma ou outra e como essa opção se reflete na nossa qualidade de vida.

Após os resultados, cabe a reflexão. Em que cidades queremos viver? Será que minha opção atual é a melhor alternativa? Será que já considerei outras alternativas?
Se você ainda não considerou ou não pensou a respeito, a hora é essa, acompanhe o desafio e faça diferente na próxima terça-feira,  DIA MUNDIAL SEM CARRO.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Praça do Ciclista: agora é oficial!!!

Mais uma vitória: depois de anos de novela, a Praça do Ciclista, lá na Paulista x Consolação, finalmente "ganhou" sua placa oficial.

Parabéns aos ciclistas que lutaram para que a praça fosse oficialmente reconhecida e não desistiram no caminho dado o desafio que isto se transformou...

A praça serve de referência para a tradicional bicicletada paulistana e ao longo dos anos se transformou em ponto de encontro também para diversos passeios e cicloviagens. Mas, acima de tudo, ela serve para humanizar a cidade, um espaço público de convivência muito bem aproveitado.

Lá discutimos a vida, os rumos da mobilidade urbana, comemoramos a festa junina, contamos piada, planejamos viagens, revemos amigos e fazemos novos..

Uma placa é pouco para tantas histórias de vida que cabem na praça.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Monitorando a ciclofaixa - parte I

Inauguração: 9.200 ciclistas
Terceiro domingo: 12.000 ciclistas

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Oficina Pedalinas

Um dia fiquei sabendo que algumas garotas ciclistas estavam se unindo para formar um grupo de pedal só para as mulheres. Nascia assim o Pedalinas, com o intuito de juntar a mulherada pra pedalar, trocar idéias e incentivar as mulheres que querem começar a andar de bike mas ainda tem suas inseguranças.

Entrei para a lista de discussão e fiquei sabendo da oficina "Pedalinas com a mão na graxa". Rolou neste sábado, saindo do clássico ponto de encontro: Praça do ciclista.

Programei meu sábado pra resolver algumas coisinhas antes do encontro, marcado para às 14:00 hs, mas como acabei me atrasando e perdi um outro compromisso (que é assunto para um outro tópico...), cheguei na Paulista cedo, duas horas antes. Então eu decidi relaxar e aproveitar a cidade. Concluí que todo paulistano deveria se dedicar a isso um dia na semana, pelo menos.

Pedalei até o parque Trianon e entrei para fazer um lanchinho e tomar uma água, já que subir a Avenida Angélica pedalando foi uma delícia, mas fazia muito calor, nada como uma boa sombrinha pra me recuperar.

Parque Trianon: este pedacinho maravilhoso de mata em meio à selva de pedra





Depois dei uma passadinha pelo Masp para apreciar o movimento, muitos ciclistas na região por sinal.





Tinha uma galera tirando fotos para um site e vieram correndo pedir minha bike emprestada. Um dia de modelo para a dahonzinha, rs..


Quando deu o horário fui lá encontrar as garotas na praça. Mesmo para uma pessoa tímida como eu o papo flui muito rápido quando as pessoas são receptivas como elas. Demos um tempinho pra esperar chegar outras garotas e logo seguimos para o espaço onde seria realizada a oficina. (perto da Sé)

Nunca tinha pedalado só com mulheres, foi um barato, apesar de todos ficarem abismados olhando aquela mulherada pedalando em plena tarde na Paulista como se fosse algo do outro mundo, rs..

Chegamos, era hora de botar a mão na graxa. As meninas mais experientes se apresentaram e sugeriram começar a oficina tirando a roda pra exemplificar como detectar o furo na câmara, remendar ou trocar e colocar a roda denovo. Parecia super complicado e eu tinha dúvidas de como seria minha "performance", rs.. E ainda, a exigente Talita anunciou: melhor tirar a roda de trás, assim elas já começam pelo mais difícil.

Depois da devida apresentação à chave 15, bora virar a bike e tirar a roda. Tirar a roda... tirar a roda..
E como começar se eu nem sei qual é o parafuso...

Hora da atenciosa e paciente Drielle (a Dri) dar um help! Pronto! Nada mais parecia tão difícil e impossível.

Se a gente tinha dúvida, vinha a Talita, mostrava como fazer e quando parecia tudo pronto e perfeito, ela desfazia tudo "Agora é a sua vez" - exigente mesmo, rs.. determinada a não deixar ninguém sair dali sem aprender na prática!

Sujar a mão, sentar no chão, prestar atenção às dicas e orientações, foi tudo uma delícia! Perceber que sim, você, mulher, é totalmente capaz de trocar a câmara, não precisa mais depender do cavalheirismo, afinal, pode ser que um dia você esteja sozinha e precise se virar! Já aconteceu comigo! Duas vezes! Por sorte estava perto de casa e fui caminhando com a bike... Mas depois deste sábado, tudo será diferente. Além do furo do pneu, aprendemos a regular o câmbio e o freio e limpar a corrente. Surgiram milhões de perguntas sobre outras coisas e as meninas garantiram que tem muito assunto para outras oficinas ainda.

Foi uma tarde que nunca esquecerei, as meninas se empenharam em disseminar todo o conhecimento que tinham e deu certo, como tudo que é feito com determinação e carinho. Olhava em volta e estavam todas concentradas, se virando e se divertindo!

No final conseguimos sem traumas remontar as bikes e ir embora pedalando com elas, que era o mais importante, rs.. E carregando um orgulho do tamanho do mundo de saber mexer nas nossas magrelas.

Chegando em casa mais tarde, recadinhos atenciosos e preocupados se cheguei bem, se os parafusos estavam ok, rs.. Elas se dedicam mesmo!

E o melhor de tudo, no primeiro sábado do próximo mês tem mais um encontro das Pedalinas :)

Mais garotas se juntaram a nós indo direto à oficina.
Não tenho fotos pois estava muito ocupada lá com a mão na graxa  rs..


quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Pedalinas com a mão na graxa

Pedalinas é um grupo de mulheres ciclistas que se reunem todo 1º sábado de cada mês para pedalar, bater papo e trocar experiências. Ciclistas experientes ou não e de todas as idades são bem-vindas e pra participar basta comparecer.
Neste sábado dia 12/09 acontece um encontro diferente onde as pedalinas vão colocar a mão na graxa numa oficina de bikes ensinando troca e remendo de câmara, ajuste de freio e marcha, etc.
Mas atenção, o encontro é só de meninas!

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Descoberta a culpada pela enchente em São Paulo

"É culpa da natureza que se rebela. Temos que rezar para que isso não se repita". - governador José Serra



Com um governador deste, rezar é pouco.. Ele segue rezando para que não chova depois da ampliação da marginal!

E essa natureza fanfarrona... vai ver que é por isso que José SERRA ÁRVORES, pra acabar de vez com "a natureza que se rebela"



Essa foto é para aqueles que disseram ter sobrevoado o rio inteiro e não terem visto nenhum transbordamento nas margens...
Pedalemos de pedalinhos na próxima chuva....

Em Setembro tem!


E na terça-feira pós feriado São Paulo ficou navegável...

O MAIOR ERRO DE JOSÉ SERRA



O caos que se transformou a cidade de São Paulo ajudou a mostrar o que considero o maior erro de toda a gestão José Serra: torrar centenas de milhões de reais para ampliar a marginal do Tietê. É uma obra absolutamente estúpida e, suspeito, com fundo eleitoral da pior espécie.



O que vimos é resultado de uma série de governantes que desrespeitaram a natureza da cidade, tornando cada vez mais difícil a vazão da água --as obras da marginal colocam Serra nessa lista.



As obras impermeabilizam ainda mais a cidade e, de quebra, significaram a derrubada de milhares de árvores. Duvido que, no final, melhore o congestionamento, apenas vai colocar mais carros na rua.



Quando começaram a planejar as marginais, na década de 1960, poucas vozes urbanistas (a paisagista Rosa Klias, por exemplo) alertaram para o estrago e diziam que ali poderia ser construído o maior parque linear do mundo --e, além de criar uma imensa área de lazer na cidade, aquilo serviria para conter as enchentes.



Deve-se a Ruy Othake a iniciativa de conseguir salvar uma área que se converteu no Parque Ecológico do Tietê. Toda vez que passo por ali, fico imaginando como seria se aquela reservada fosse estendida para as marginais Pinheiros e Tietê.



Somos um país que ainda cultiva o carro como solução de modernidade --o que é na verdade um atraso.




Gilberto Dimenstein, 52, é membro do Conselho Editorial da Folha e criador da ONG Cidade Escola Aprendiz. Coordena o site de jornalismo comunitário da Folha. Escreve para a Folha Online às segundas-feiras.

Passeio ciclístico da Primavera - Bike Ville

No sábado dia 05 teve Bike Ville, um evento no Parque das Bicicletas com muita coisa bacana: palestras sobre a bike, bate papo de mulheres que pedalam, além de massagens, aulas de yoga e etc.


Para chegar lá, do Ibirapuera seguimos pela República do Líbano que no sábado pela manhã estava tranquila para pedalar. Ficou a reflexão de que, se a ciclofaixa tivesse sido feita na pista da direita, poderíamos usufruir de mais um artifício de segurança (as sinalizações), mas na faixa da esquerda não rola, é a faixa de trânsito mais rápido, melhor seguir pela direita (embora pelo CTB pudéssemos optar por um lado ou outro).
Na volta, mais uma vez desfrutamos da tranquilidade de sentar embaixo de uma árvore e olhar para o lago, com nossas bikes ao lado...


No domingo rolou o passeio da primavera, tem fotos lindas aqui!

A repercussão daquele domingo de sol...

Na semana que se seguiu, ninguém conseguiu ficar alheio a ela... Ela esteve em todos os sites, telejornais, ganhou espaço no jornal que fala de trânsito na Globo, que inclusive levou um cicloativista para uma entrada ao vivo no programa!
Alguns bem que tentaram falar algo de ruim, como estava difícil até para os mais negativistas, alguns alegaram que os ciclistas não desmontavam das bikes para atravessar as faixas de pedestres! Que sacrilégio! Esqueceram de dizer que a demanda foi tão grande, e os espaços eram tão pequenos que se todos os ciclistas desmontassem das bikes para atravessar semáforos de 12 segundos a situação realmente ficaria complicada! Esquecem também que bikes não são armas e que a convivência com pedestres sempre foi e sempre será de respeito mútuo, porque a bike humaniza, o contato próximo muda condutas, a preferência é sempre do pedestre, a gente sabe! (será que os motoristas sabem?)
O fato é que durante a semana diversas sugestões de melhoria foram sendo apontadas e as providências foram tomadas para facilitar a travessia das milhares de bikes. Só nos resta desfrutar!

Inaugurando oficialmente a ciclofaixa

No dia 30 fomos eu e marido inaugurar oficialmente a ciclofaixa. Saímos de Osasco por volta das 07:30 até a estação de trem, no centro.
Desembarcamos com nossas bikes na estação Cidade Jardim, pegamos aquela bela passarela (toda passarela na cidade deveria ser como esta, com espaço para as pessoas, com elevadores para quem necessitar..) e já estávamos no portão de entrada do Parque do Povo.
Lá pegamos nosso kit: sacolinha com camiseta, adesivos e água. E guanhamos um carimbinho verde no formato de bike na mão, estilo passaporte da alegria, lembra???
De lá seguimos pela ciclofaixa, bem sinalizada em alguns pontos, confusa em alguns cruzamentos, mas com muitos monitores orientando e agentes da CET (como é bom vê-los trabalhando para os ciclistas!!!) todos muito animados e sorridentes, a bike humanizando a cidade!
No percurso vi uma mulher de carro tentando entrar na ciclofaixa no sentido oposto, acho que ela não viu as centenas de cones, nem a tinta vermelha no chão, nem as placas indicativas... gritei: hoje é só bike - e sorri. Meu marido me advertiu! rs.. Ele tem vergonha dos meus radicalismos às vezes... Seguimos debatendo fervorosamente sobre os direitos e deveres de motoristas e ciclistas. Logo chegamos no Ibirapuera. Parece brincadeira, mas eu nunca tinha pedalado lá, quer dizer, pedalei uma vez, mas há muito tempo e nem me lembrava direito. A ciclovia lá é bem gostosa, e tranquila, achei que fosse lotada e bagunçada, como no Parque Villa-Lobos onde eu já quase levei uma roda na cabeça (!!!)
Tempo pra sentar na beira do lago e curtir uma sombrinha, o dia estava lindo, perfeito pra pedalar! E a cidade estava mais alegre com tantos ciclistas passeando!
De lá seguimos para o Parque das Bicicletas, no caminho, uma observação: "Eu nunca tinha visto essa fonte, olha" - é, eu também, não! A gente está acostumado a passar com pressa (embora engarrafado) e nem notamos mesmo, observação muito comum quando se começa a pedalar mais por aí.
No Parque das Bicicletas muita gente, a concentração maior era lá, de onde sairia um pedal inaugural com os secretários de esportes e transportes, prefeito e etc, e etc.. Hora de rever os amigos, bater um papinho e, após o discurso do prefeito, decidir que já estava mais do que na hora de ir, antes que todos aqueles ciclistas decidissem fazer o mesmo!!! Congestionamento de ciclistas? Não! Só no portão do parque mesmo, na rua a gente sempre flui, naturalmente.
Voltamos tranquilamente pela ciclofaixa até a estação de trem, encontramos bem mais ciclistas na volta, pais com filhos pedalando, fazendo cooper, aproveitando a cidade, finalmente algum espaço sendo devolvido às pessoas.
A sensação que ficou foi mesmo a de quero mais: Mais respeito pelo ciclista pra que não precisemos de ciclofaixas nos separando no trânsito.
Mas enquanto a cidade evolui, a ciclofaixa é bem-vinda e muito frequentada.
 Só no dia de sua inauguração foram mais de 9.000 ciclistas.
No dia-a-dia somos 300.000 ciclistas que acreditamos que as coisas podem ser diferentes, e melhores!
Pedalemos!