segunda-feira, 31 de agosto de 2009

BICICLETADA OSASCO!

Sim, rolou! Rolou a 4ª Bicicletada Osasco. Nos encontramos na praça embaixo do Viaduto Metálico e seguimos pela Av. Hirant Sanazar, Maria Campos até estação Osasco.

Depois sentamos, batemos um papo, discutimos algumas idéias para as próximas e distribuimos alguns panfletos educativos também.

Somos poucos ainda reunidos, mas somos muitos pedalando no dia-a-dia por Osasco, fica o convite a todos os ciclistas de Osasco e região, vamos nos unir!

TODO ÚLTIMO SÁBADO DO MÊS, às 15:00 hs na praça embaixo do viaduto metálico.


Que venha a próxima: 26 de setembro!

Bicicletada SP, Bicicletada Osasco e Inauguração da Ciclofaixa, tudo num só fim de semana!

Sexta a noite rolou a tradicional BICICLETADA PAULISTANA.

Desembarquei na estação Barra Funda, onde encontrei com o Leandro que me condiziu até a praça do ciclista. No caminho encontramos outro ciclista com mesmo destino. Subimos a Angélica e logo chegamos, já bem aquecidos!



Bate-papo animado na concentração e hora de pedalar. Fomos conhecer a ciclofaixa, antes mesmo de sua inauguração. Claro que a mesma não comportava tantos ciclistas concentrados (300? 350??? Mais?) mas deu pra ter uma noção de como era e onde.

Cheguei a conclusão que não pedalar todo dia está me fazendo falta.. a subida da Alameda Campinas na volta me tirou todo o fôlego, decidi ajudar a fazer o corking* e aproveitar pra respirar um pouco, rs.. Neste momento prestei atenção em como os cartazes abertos nos semáforos fazem falta, acho que é o momento ideal pra divulgar as idéias!

Na volta mais um bonde, Leandro e Zé me conduziram pela Cardoso de Almeida, Sumaré (uhu!) com destino a Barra Funda novamente.

Bicicletada é isso! Pedalar, reivindicar, bater papo, fazer amizades e pegar bondes**!



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*Corking é fechar a passagem nos semáforos para esperar a massa passar em segurança - rápido, indolor e ainda recupera o fôlego

**Bonde é pedalar em grupo (2 ou mais, rs..) pra ficar mais seguro e visível no trânsito e ainda poder usufruir da experiência dos outros ciclistas com relação aos melhores caminhos pra bike.

sábado, 29 de agosto de 2009

Hoje tem bicicletada Osasco saindo às 16:00 hs da praça embaixo do viaduto metálico no centro.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Novos tempos, velhos hábitos...

Hoje quando fui pagar minhas compras no supermercado a operadora do caixa me perguntou:
- A senhora não vai usar nenhuma sacola?
- Não. (colocando as compras na sacola que havia levado)
- Então a senhora vai ganhar um desconto.
- Desconto???

Pois é, ganhei um desconto! Que bacana! Perguntei se não ganharia algo mais por estar de bike. Ela me respondeu: estacionamento grátis! Demos risada..

É muito legal ver que as coisas estão começando a mudar, um incentivo para a redução do uso das sacolas plásticas vai muito bem!
Saí do mercado toda feliz, mas aí, ao tentar atravessar dentro do estacionamento, vi um carro vindo correndo então parei. O motorista parou o carro bem na minha frente, o meio do carro. Olhei para o lado e vi que ele parou para dar passagem para outro carro. Aquilo foi um balde de água fria! Só me restou olhar pra cara dele, sorrir e dizer: É brincadeira né? E desviar do carro para ir pegar minha bike. Custava a pessoa primeiro, não correr dentro de um estacionamento, e segundo, ter parado um pouquinho mais pra trás pra eu poder atravessar?

E assim caminha a humanidade, um passo pra frente, outro pra trás, e assim não sairemos nunca do lugar...

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

"De parque em parque sempre de bike"


Através da Secretaria de Esportes, está sendo implantado na cidade de São Paulo o Projeto Ciclofaixas que, num primeiro momento, fará a integração de 3 parques da cidade: Parque do Povo, Ibirapuera e Parque das Bicicletas. Serão 5 km de trajeto, funcionando aos domingos das 07 da manhã ao meio-dia. A operação começa neste domingo, dia 30/08/2009. Guardemos esta data!


Numa cidade com tantos ciclistas, o projeto de lazer tem causado alguma resistências, muitos ciclistas preferiam que fossem feitas ciclofaixas para utilização diária, criando a convivência dos veículos motorizados com a bicicleta como meio de transporte, eu também queria! Mas estou feliz com este pequeno avanço, só assim as coisas começam, tímidas, aos poucos, mudando conceitos, servindo de experiência.


Tire suas bicicletas de casa, vá conhecer a cidade de bike, estes 5 km com certeza servirão para refletir:
EM QUE CIDADE VOCÊ QUER VIVER?

ENTÃO COMECE A CONSTRUIR!

- Deixe o carro em casa sempre que possível: ele polui o ar, degrada a cidade, evita a convivência, congestiona as ruas, causa tédio e agressividade;

- Use transporte coletivo na rotina. Alguns minutos a mais no seu percurso podem tornar a cidade melhor para todos, inclusive para você. No espaço de 3 carros (geralmente levando uma pessoa cada) pode circular um ônibus com 60 passageiros ou 20 ciclistas;

- Faça os pequenos deslocamentos à pé ou de bicicleta. Além de fazer exercício, você irá enxergar a cidade com outros olhos;

- Participe das discussões sobre transporte público e cobre ações das autoridades;

- Respeite o ciclista e o pedestre: eles tem o mesmo direito que você de circular nas ruas com segurança. Ao ultrapassar uma bicicleta, reduza a velocidade e mantenha no mínimo 1,5m de distância. Nas faixas, a preferência é sempre do pedestre (a não ser que exista semáforo específico).

sábado, 22 de agosto de 2009


Márcia vive!
Em cada um de nós que continuamos acreditando que é possível atingirmos um nível de respeito pela vida, pelo próximo, e pedalar em segurança, compartilhando o espaço que é de todos.

Ela vive, cada dia mais, sempre.

Márcia Regina de Andrade Prado




Conhecer o pessoal naquele passeio em Osasco foi o ponto de partida para vários passeios de bike nas manhãs de domingo. Um deles foi o passeio do dia internacional da mulher, organizado pelo CAB. (http://www.cab.com.br/)

O passeio foi super gostoso, passamos pelo parque do Ibirapuera e nas descidas via-se uma fila imensa de bikes, lindo de ver! Na volta, segui com o pessoal rumo à estação mais próxima do metrô, onde muitos iriam embarcar, mas acabamos mudando de idéia, alguns embarcaram e eu, Thiago e Fátima seguimos para uma outra estação pois eles queriam me deixar direto na linha vermelha do metrô, pra eu evitar de fazer baldeação e ter de carregar a bike nas escadas da Sé.. Lá fomos nós rumo a estação Anhangabaú.

Como eu não estava acostumada com aquela região de São Paulo, fui meio que escoltada por eles, sempre me dando dicas de como me portar em algumas situações (faróis, ônibus e etc). Quando chegamos numa certa altura da Paulista, eles foram reduzindo e sinalizando que íam parar, logo avistei o motivo, eles queriam me mostrar a Ghost bike da Márcia e esta história eu conhecia bem.

Em janeiro deste ano, fiquei sabendo através de algumas comunidades do orkut que havia acontecido um acidente na avenida Paulista envolvendo uma ciclista de 40 anos e um ônibus, e que a ciclista havia falecido. Aquela notícia obviamente me chamou muito a atenção, uma mulher de 40 anos pedalando na Paulista com certeza não estava empinando uma bicicleta ou tendo atitudes que a colocassem em risco, afinal, era adulta e com certeza devia ser experiente.

Rapidamente tomei conhecimento dos fatos, o ônibus a ultrapassou e, segundo o motorista, ele ouviu um barulho e parou para ver o que tinha acontecido. Aquilo acabou comigo... conforme ía pesquisando, ficava mais evidente que não se tratava de um acidente, mas de uma imprudência que havia tirado a vida de alguém, e este alguém era um ser humano, com família, amigos, sonhos e sua vida fora abreviada naquela ultrapassagem irregular...

Fiquei com a Márcia na cabeça por muito tempo, até hoje diversas vezes me pego relembrando o que aconteceu.

No dia seguinte ao acidente eu não pedalei, pedi ao meu marido que me desse uma carona até a empresa, sinceramente, estava com medo, ficava me colocando no lugar dela, já que infelizmente já havia levado algumas finas de ônibus..

O medo logo passou, afinal, se todos parassem de andar de carro a cada acidente que acontece, não teríamos mais nenhum carro circulando por aí... (claro que queremos uma redução, mas não desta forma..) Mas o que ficou foi a tristeza e a revolta. É revoltante ver coisas deste tipo acontecerem e não poder fazer nada. Nunca ver os culpados serem punidos, é lamentável... E é triste, muito triste que a vida dela tenha se encerrado ali... Dói.

Ficamos parados ali, nós 3, em frente a Ghost Bike, uma homenagem dos amigos da Márcia (muitos deles da bicicletada de São Paulo). Não havia o que dizer...

O local é bem próximo a um ponto de ônibus, o que reforça que o motorista foi imprudente, se queria ultrapassa-la, deveria ter mantido a distância segura e obrigatória por lei de 1,5 m e ainda, para que ultrapassa-la e de maneira assassina se naquele local ele tinha que reduzir a velocidade por causa do ponto de ônibus? A pressa dele com certeza não vale uma vida, mas infelizmente, ela se foi.

Essa semana recebemos um e-mail direcionado a um ciclista já bem conhecido por todos devido às ações que ele tem feito ao longo dos anos, lutando por mais respeito aos ciclistas, o André Pasqualini. A mensagem era de uma mulher que passou a pé pela Paulista e viu o memorial da Márcia, tomou conhecimento do que havia acontecido e decidiu que iria pedalar, por ela, simplesmente porque ela não admitiu que a história da Márcia acabasse ali.
Pedalando na Avenida Paulista, bicicletada março/2009
Com este sorrisão, não preciso dizer mais nada!

Bicicletada de Março - A minha primeira!

Tendo feito meu primeiro passeio ciclístico e conhecendo mais alguns ciclistas, achei que estava na hora de ir na bicicletada, finalmente. O problema era como chegar lá. Pedalando desde o trabalho seria complicado, eu teria um certo tempo, é verdade, mas são aproximadamente 20 km e, sem companhia e sem planejamento prévio do roteiro por alguém mais experiente, o trajeto me faria desembocar em uma das marginais. Fora de cogitação.


Foi aí que eu fiquei sabendo do Use Bike (mais em http://www.portoseguro.com.br/navitacontent_/userFiles/File/hotsite_usebike/), um programa da Porto Seguro de empréstimo gratuito de bikes em determinadas estações do metrô e estacionamentos Estapar. (e na Paulista há diversos pontos!) Que máximo né! Bike disponível onde vc precisar, tinha que experimentar! O pessoal da comunidade da bicicletada também sinalizou pra eu ir e emprestar uma bike da Porto, que era tranquilo. Ok!

Na comunidade da bicicletada tinha muito ciclista que já conhecia e participava do movimento mas também havia pessoas que, assim como eu, eram simpatizantes, acompanhavam, mas ainda não tinham ido. Então nós "novatos" começamos a combinar de ir junto, pra dar uma encorajada! Foi assim que eu conheci o Fábio, ele também ía de bike pro trabalho e morava na região da Paulista, combinamos de nos encontrar na Praça do ciclista, junto com o Samir e toda a galera.

Naquela noite eu não consegui alugar um bike... tinha tanto ciclista por lá que nos 3 bicicletários que percorremos elas já estavam emprestadas... Estava chateada mas tinha que liberar o Samir, o sobrinho dele e o Fábio e voltar pra casa, pois já estava na hora da saída da turma e tínhamos tentado em vão.. Mas naquela época eu não conhecia muito o Samir senão saberia desde o começo que ele não me deixaria na mão. Sugeriu resolvermos a situação: 3 bicicletas para 4 pessoas me emprestando a bike do sobrinho dele e ele o levaria na garupa. Mas a bike estava bem desproporcional pra mim, bem alta.. e fazer os ajustes ali levaria um tempo que não tínhamos mais... então outra sugestão: o Fábio me emprestar a bike, pedalar com a do Samir e ele permanecer na condição de "Eco-táxi" - todos toparam imediatamente! Fizemos um pequeno ajuste no selim (alto pra mim..) e pedalamos de volta à praça do ciclista, a massa já estava saindo!

Se eu ficar aqui escrevendo tudo que aquela noite significou posso ficar horas detalhando, mas recuperei o relato que fiz no dia seguinte, na comunidade do orkut:

Ontem eu fui pela primeira vez na bicicletada e simplesmente amei!

Achei lindo ver tanta gente reunida por uma mesma causa, o clima é maravilhoso e pedalar por lugares que eu nunca tinha visto pelo ângulo de ciclista foi o máximo!

Notei as faixas, a galera pintando as bicicletinhas numa velocidade incrível e alguns entregando panfletos e conversando com os motoristas, o silêncio próximo ao passar próximo aos hospitais.

Pela quantidade de pessoas achei tudo muito organizado e me senti muito segura. E também foi muito legal ver o pessoal de Sorocaba marcando presença por aqui!

E aquele "giro" no cruzamento??? O que é aquilo??? rs.. Muito, muito legal!!!

Deveria ter toda semana!!!

Abraços a todos e até a próxima!PS: só não consegui alugar bike, quando eu cheguei já tinha acabado nos 3 bicicletários próximos, mas a solidariedade dos amigos não me deixou a pé! Valeu Samir e Fábio!

"MAIS BICICLETA, MENOS CARROS
MAIS AMOR, MENOS MOTOR"


A primeira foto com a galera

Este foi o pessoal que eu conheci no primeiro passeio, gente de todas as idades e com algo em comum: simpatia e amor pela bike (faltou a Fátima, que estava fotografando)

O grande passeio ciclístico

Pedalando todo dia e sempre pesquisando pra aprender tudo que pudesse, fui adquirindo cada vez mais segurança com a bike. É verdade que de vez em quando algum motorista passa um pouco mais perto do que deveria ou faz uma manobra que pode colocar todos em risco, mas isto é o trânsito, infelizmente este espaço de convivência conta com pessoas de todos os tipos. Motoristas que respeitam a vida e as leis, e motoristas que transformam seus carros em armas...

Com a confiança adquirida, o assunto bicicletada não saia da minha cabeça, eu queria ir, queria ver como era, sempre recebia os convites através dos contatos que fui adquirindo pela internet, mas como o local de saída era longe e eu só estava acostumada a pedalar no mesmo caminho, ainda não me sentia pronta..

Então fiquei sabendo de um passeio ciclístico aqui em Osasco. Na divulgação dizia que o passeio seria no centro da cidade (perto da minha casa) e que teria apoio da Polícia e do Demutran.

Demutran???? Teria uma escolta????

Naquela época eu nem sabia que passeios ciclísticos organizados pelas prefeituras e demais órgãos governamentais consistiam em fechar as ruas (ou parte delas) com apoio do departamento de trânsito, para que os ciclistas passassem.

Como eu nunca tinha ido a um passeio destes, achei que seria uma excelente oportunidade de ir para outros lugares com a bike e evoluir para logo poder comparecer na bicicletada. (não sem antes ter analisado qual caminho eu faria para chegar até o centro da cidade pedalando em segurança) Postei na noite anterior as informações do passeio numa comunidade do orkut e vi que um cara que eu tinha tido alguns contatos na comunidade falando sobre bikes, estava confirmando que iria também. Tratei de dar uma boa olhada na foto dele, quem sabe não o encontraria.

E lá fui eu no domingo de manhã com a minha bike e muito protetor solar para o Passeio Ciclístico da Emancipação de Osasco (março/2009).
Ao chegar, fiquei meio perdida, com aquela sensação de não saber onde colocar as mãos, rs.. Encostei numa sombra e fiquei vendo o movimento, dei aquela ligadinha básica pra casa pra dizer que tinha chegado bem e que estava esperando o início da pedalada.

Depois de um tempinho reconheci o cara do orkut, o Samir (ou Avalanche). Como sou super tímida, fiquei meio sem saber se ía lá falar com ele e então ele passou perto de mim, o cumprimentei, ele acenou com cabeça mas percebi que não tinha me reconhecido (foto de orkut, já sabe...). Vi que ele se encontru com um pessoal e ficaram batendo papo e comecei uma luta interior: vou lá, ou não vou.. até que finalmente tomei coragem e fui até lá, cheguei na maior cara de pau e interrompi a conversa dele: Oi Samir, eu sou a Camila, do orkut! (com as bochechas vermelhas!) Então ele me apresentou à Fátima, a ciclista com quem ele estava conversando e que estava com umas fotos de passeios de bike. Começamos a bater papo, expliquei que estava insegura pois nunca tinha ido a um passeio destes e tal. Quem conhece o Samir (e ele é bem conhecido dos bikers) sabe que ele é gente finíssima e me acompanhou durante todo o passeio, me explicou antes como seria, que era legal não ficar lá na frente na muvuca nem no meião.

No final, eu conheci mais um monte de amigos dele, curti muito o passeio e ainda tirei foto com eles, nem imaginava que grandes amizades haviam começado naquela minha decisão de ir lá me apresentar na caruda e que teríamos muitos passeios pela frente! Sempre me lembro disto pois se tornou o maior exemplo de como a timidez podia ter me privado de tanta coisa legal se eu tivesse exitado em me apresentar!

Transformando stress em bem-estar

Minha primeira foto de bike, parque Villa Lobos



Quando contei pras minhas amigas do trabalho que eu iria de bike elas me olharam ressabiadas. Algumas acharam que eu estava louca, que era perigoso e sem sentido. Não dei ouvidos.. simplesmente tratei de verificar na empresa se poderia guardar a bike lá e como faria para trocar de roupa ao chegar. Com sinal verde para guardar a bike em segurança e total liberdade para usar o vestiário super ajeitado, comecei a pedalar diariamente!

Aos poucos o pessoal da empresa foi tomando conhecimento da novidade e direto alguém me via pelos corredores e perguntava se era verdade mesmo que eu estava indo de bike, se não era perigoso.. uns achavam legal, outros achavam loucura. E eu achava o máximo! Passei a aproveitar estes momentos de curiosidade para passar algumas informações sobre as bikes, já que antes das minhas pesquisas, eu não sabia que a bike era considerada um veículo pelo Código de Trânsito Brasileiro, que deveria trafegar sempre no mesmo sentido da via (e não na contramão como a gente aprende quando criança...), e aprendi que os veículos automotores devem dar preferência ao ciclista, reduzir a velocidade e manter 1,5 m de distância ao ultrapassar a bike.

Também nestas pesquisas tomei conhecimento das bicicletadas, um movimento de ciclistas que acontece em diversas cidades ao redor do mundo, geralmente na última sexta-feira do mês, no horário do rush, para reinvindicar respeito no trânsito e políticas públicas pró-bicicletas.

Ativismo? Meu lado Che Guevara se agitou!
Sempre tive preocupação com política, causas sociais, mas confesso que nunca soube (e até hoje tento aprender) como manifestar esse meu lado. Passei a pesquisar mais sobre as bicicletadas, descobri que aconteciam em São Paulo, na última sexta-feira do mês, saindo da Praça do Ciclista, na Avenida Paulista.

Avenida Paulista? Horário de pico? Manifestação? De bicicleta?
Hum.. ok, deixemos essa oportunidade de expressão para quando tiver mais habilidade com a bike nas ruas, vamos amadurecer a idéia...

Como tudo REcomeçou

Casei e me mudei de São Paulo para Osasco. Na época, trabalhava em Barueri, há 6 km de casa, o que significaria uma facilidade incrível para chegar a empresa diariamente. Ou não... O que parecia maravilhoso e extremamente fácil transformou-se numa maratona diária de stress... Parece até mentira, mas para percorrer estes 6 kms diariamente eu pegava dois ônibus e demorava entre esperar o ônibus e chegar à empresa, mais de uma hora. Definitivamente aquilo não era legal. Era uma distância muito curta pra demorar e gastar tanto! Sem falar na precariedade do transporte coletivo de Osasco: falta educação e treinamento aos motoristas e cobradores, faltam ônibus, falta espaço dentro dos que existem...

Qual seria a solução? Comprar um segundo carro para o casal?
Confesso que por algum tempo mantive a primeira idéia, um carro resolveria o problema do tempo e do conforto, já que eu demoraria no máximo 10 minutos.

Bem, analisando melhor, eu demoraria uma meia hora, prevendo os congestionamentos da região para chegar com folga na empresa. Bem, talvez demorasse mais.. minhas idas ao trabalho de carro demonstravam que não bastava sair do ônibus pois o congestionamento continuava lá também para quem se deslocava de carro, e, na prática eu já havia constatado ficar parada no trânsito dentro de um carro não era em nada mais confortável que o ônibus, era na verdade mais estressante, aquele para e anda interminável...

E um carro para andar 6 km??? Todo aquele gasto com combustível, manutenções, estacionamento para percorrer uma distância tão curta?
Não, definitivamente não era viável, teria que encontrar outra alternativa.

Este "pequeno" martírio diário se estendeu por mais de 1 ano até que finalmente eu não aguentei mais e surtei! Simplesmente não aceitava o fato de estar tão perto e não desfrutar de nenhum conforto com isso, de esperar uma eternidade e pegar 4 ônibus por dia, de pagar caro e ir espremida dentro deles.. de estar no ponto e o motorista parar ou mais pra frente ou mais pra trás.. ou de ir de carro achando que tinha encontrado a solução e descobrir que tanta gente achava mais confortável se deslocar de carro quando na verdade ele não aliviava em nada o problema, só agravava a situação... Cansei de sair de casa cada dia com mais antecedência e mesmo assim chegar atrasada de vez em quando.

Foi aí que finalmente abri os olhos para elas: as bicicletas!
Seria viável ir de bike pro trabalho? Será que eu aguentaria pedalar todo dia? E quanto tempo eu demoraria? Será que não era perigoso?

Comecei a me questionar e a prestar atenção ao percurso, além de curto, quase não tinha subidas, hum.. interessante! Passei então a pesquisar na internet sobre o assunto e encontrei diversos sites com informações sobre como pedalar no trânsito, como escolher uma bicicleta e ainda, com vários exemplos de pessoas que adotaram as magrelas como meio de transporte. Foi então que eu me decidi! Eu ía de bike! Merecia ao menos tentar!

Como eu não tinha uma bicicleta, teria que investir na compra de uma. Por ainda ter meus receios se esta empreitada daria certo, decidi comprar uma bike simples e o mais barato possível, mas de uma marca que eu confiasse. Optei por uma Caloi Terra, já que o valor dela era somente um pouco a mais do que eu gastava em 1 mês de ônibus, se desse certo, teria o retorno do investimento quase que imediatamente! Como minhas pesquisas sugeriam, também teria que investir na compra de algumas coisinhas como capacete, luvas, faróis e lanternas, nada exorbitante também.

De bike e equipamentos comprados, era hora de fazer o teste, então escolhi um dia do feriado prolongado de 01 de maio de 2008 para fazer o trajeto com meu novo veículo. Foi super tranquilo! Pedalar nas ruas quando se tem informações de como se portar é totalmente possível e agradável! Fui e voltei até a empresa naquele dia, demorei em torno de 40 minutos, pedalando tranquilamente e cheguei em casa com a sensação de que tinha feito uma das melhores escolhas da minha vida!

Hoje, quase 2 anos depois, tenho esta certeza!

Um blog pra chamar de meu

Confesso que nunca achei que fosse realmente criar um blog, embora já tenha quase feito isto algumas vezes nos últimos anos. Não é que eu não goste da idéia, acompanho alguns blogs bem interessantes mas confesso que nunca consegui encontrar uma motivação maior para escrever um.




Como o título do blog diz, sou ciclista e moro em Osasco, mas hoje, ao pesquisar sobre mulheres ciclistas, ciclistas em Osasco e afins, encontrei pouca coisa, pra não dizer quase nada.. Isto sim, se mostrou uma motivação e tanto para finalmente experimentar esta ferramenta, afinal, assim como não imaginava criar um blog, eu também nunca imaginei que voltaria a pedalar aos 25 anos e que isto poderia mudar tanto a minha vida...